Cidades brasileiras continuam favorecendo os carros

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O recente anúncio de Trump de sair do Acordo de Paris alimenta a noção de que a redução das emissões dos gases de efeito estufa só pode ser liderada pelos governos federais. Só que não: uma das formas mais eficientes de cortar emissões é desestimular o transporte motorizado individual em centros urbanos. Entretanto, segundo levantamento do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), até 2016 menos de 10% dos municípios brasileiros haviam finalizado um plano de mobilidade, de um total de 3.325 municípios abrangidos pela Política Nacional de Mobilidade Urbana.

Ainda que o investimento em infraestrutura de transporte público, notadamente corredores de ônibus, Bus Rapid Transit (BRTs) e Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), tenha aumentado em muitas capitais em anos recentes, esse aumento não foi acompanhado por ações diretas para desestimular o uso de veículos nos deslocamentos urbanos.

Em tempo: enquanto o IPVA for uma importante fonte de renda para estados e municípios, vai ser difícil algum gestor aceitar abrir mão desses recursos. A menos que o gestor seja realmente eficiente e leve em conta o prejuízo gerado pelos problemas da saúde decorrentes da poluição e dias de trabalho parados, bem como as perdas causadas pelo trânsito nas grandes cidades (já teve entidade patronal que se deu ao trabalho de fazer a conta).

Em tempo (2): como noticiamos, é graças ao potencial de governos locais, empresas e investidores que surgiu nos EUA uma ampla coalizão que pretende cumprir as metas firmadas pelos americanos no âmbito do Acordo de Paris à revelia de Trump. Seria ótimo se nossos eficientes gestores alinhassem seus programas de governo aos desafios do século XXI.

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