Você sabia que o transporte é reconhecido como direito social na nossa Constituição desde 2015? Visto que é absolutamente inviável pensar que todas as pessoas vão se locomover de carro, é fundamental para a realização deste direito social a existência de um transporte coletivo de qualidade.
O espaço urbano é moldado pelas pessoas que nele existem: se há pessoas que não conseguem acessar esses espaços, a cidade é menos democrática.
O transporte coletivo deveria ser uma ferramenta fundamental para garantia do acesso à cidade, especialmente entre as faixas de população de baixa renda, mas hoje é mais um meio de exclusão: bairros distantes são pouco, ou não são, conectados às áreas centrais, onde atualmente há maior oferta de empregos, bens públicos e lazer, as regionais têm poucas conexões dentro de seu território, as linhas noturnas são poucas, várias delas têm viagens só de meia em meia hora fora do horário de pico… E ele é caro. Uma família de quatro pessoas, para ir ao parque no domingo (e voltar), gasta R$ 32,40, se tiver a sorte de precisar de apenas um ônibus. Esse valor!
Ou seja, em uma viagem a lazer, uma família, sem comer nem beber nada, gastaria o correspondente a 3,4% do salário mínimo! E o vale transporte é somente para dias úteis.
O transporte é, atualmente, um serviço pago pelo usuário, no momento do uso, ao contrário dos demais serviços públicos, como escolas e hospitais, que são pagos pela sociedade como um todo, através de impostos. Mas ele é benéfico para toda a sociedade, não só para quem o utiliza: se ele é de qualidade, a cidade é mais inclusiva e justa, o número de carros na rua diminui, assim como a poluição do ar e a emissão de gases de efeito estufa.
Já pensou? Cobrar IPVA de veículos de luxo e ter um transporte coletivo a tarifa zero para seus usuários que fosse, inicialmente, aos finais de semana? Como seria essa cidade para você?
#MêsDaMobilidade2018