Mobilidade em Belo Horizonte: quais mudanças prioritárias devem ser encaradas pela próxima gestão?

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ITDP Brasil e Nossa BH apontam os principais desafios e propostas para melhorar os deslocamentos na capital mineira

Diariamente, os belorizontinos enfrentam longos tempos de deslocamento para o trabalho. O transporte público não é eficiente, a infraestrutura é mal distribuída no território, além de ter um custo alto em comparação à renda da população. Buscando contribuir para o debate eleitoral e para a nova gestão, o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), em parceria com o Movimento Nossa BH, lança o documento O Belorizontino e o Transporte na Cidade, com desafios e propostas para melhorar as condições de vida na cidade na próxima gestão municipal.

O fato da maioria das pessoas morar longe das oportunidades de emprego, saúde e educação, interfere muito na vida da população. A MobiliDADOS, plataforma de indicadores do ITDP, mostra que mais de 100 mil pessoas não conseguem acessar estabelecimentos de saúde de baixa complexidade, como clínicas e hospitais em quinze minutos de caminhada em Belo Horizonte. 14% da população gasta mais de uma hora para se deslocar da casa ao trabalho. E apenas 11% da população vive próxima de ciclovias ou ciclofaixas, tendo de conviver com a insegurança no trânsito.

MELHORIAS PARA O TRANSPORTE PÚBLICO SÃO URGENTES

O estudo evidencia a importância de se implantar as faixas exclusivas previstas no Plano de Mobilidade de Belo Horizonte. Os corredores e vias prioritárias têm um potencial significativo de facilitar os deslocamentos da população, podendo contribuir para a redução das desigualdades no acesso às oportunidades. Hoje, 92% da população da RMBH estão distantes do transporte de média e alta capacidade (BRT e Metrô).

Também é levantada a necessidade de se revisar os modelos de concessão e os termos do contrato de licitação do sistema de transporte público. A próxima gestão municipal deve criar um novo modelo que inclua fontes de financiamento extratarifárias com vistas a reduzir os valores das tarifas do transporte público e garantir a sustentabilidade financeira do sistema. 

As organizações também apostam no monitoramento de dados, fortalecimento dos espaços de gestão compartilhada e em renovação da frota com veículos de zero emissões  para uma melhoria na qualidade da operação do sistema. A Consultora de Políticas Públicas do Nossa BH, Letícia Domingues, pontua: “Uma oferta mais abrangente do transporte público, com itinerários e horários voltados para atividades culturais, de lazer e para o cuidados de saúde e educação deve ser considerada, melhorando a oferta territórios periféricos”. 

PEDESTRES E CICLISTAS PRECISAM SE DESLOCAR COM SEGURANÇA

A falta de segurança para pedestres e ciclistas é uma prioridade a ser enfrentada Seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a velocidade máxima na cidade deve ser 50 km/h. A medida tem como intuito reduzir a ocorrência e gravidade de acidentes. A nova gestão também pode tornar a cidade mais amigável para pedestres e ciclistas promovendo a ampliação de ciclovias, integrando o uso da bicicleta aos demais modos de transporte – como estações de BRT e metrô – e por meio da implementação de medidas para acalmar o tráfego em cruzamentos críticos.

Efetivar essas medidas significa incentivar os deslocamentos a pé e por bicicleta, essenciais para o combate às mudanças climáticas. Além disso, as organizações afirmam que é necessário que a futura gestão assuma a responsabilidade sobre ações para adaptação às mudanças climáticas e interrompa o ciclo de expansão viária que prioriza os automóveis individuais. 

LIVE: FATOS E PROPOSTAS PARA O TRANSPORTE EM BH

As medidas prioritárias para a nova gestão municipal foram debatidas no dia 06 de novembro em live organizada pelo Nossa BH. As jornalistas Edilene Lopes (Itatiaia) e Jéssica Almeida (O Tempo) conversaram com Letícia Bortolon (ITDP) sobre o conteúdo, contando com a mediação de Letícia Domingues (Nossa BH). Durante a live foram abordados os desafios apontados pela sociedade civil para a mobilidade em período eleitoral, bem como o acompanhamento da imprensa sobre o tema. 

Confira a live completa!

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